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quinta-feira, 29 de abril de 2010

A PROFISSÃO DE PROFESSOR FORMADOR DE OPINIÃO

Lecionar, mais do que uma profissão, para alguns, é um dom. A carreira de professor, mesmo nos dias de hoje, ainda é cercada de ideais.
Ensinar e orientar são esses os pilares do magistério. O professor é aquele que escolheu guiar seus alunos pelo mundo do conhecimento. É aquela figura que desperta admiração, respeito, carinho e que, sem dúvida, está sempre na nossa lembrança - seja pela disciplina ou pelo jeito pitoresco de ministrar suas aulas. Mas, em meio a tantas crises na educação do país, a profissão resiste bravamente. Ainda bem. Pois o que seria de nós sem eles?

Da professorinha à profissional pós-graduada

O curso Normal formou milhares de professoras para a educação infantil do país ao longo de décadas e foi considerado, durante um bom tempo, a opção natural para as moças que não seguiam apenas o ofício doméstico. Atualmente, o mercado de trabalho exige mais das mulheres que desejam se dedicar à carreira de professora: o curso superior se tornou importante requisito. "Não dá para ficar só com o Normal, você fica para trás. Na escola, eu via muitos problemas que não conseguia resposta e a capacitação na pós trouxe estas soluções", revela a professora Angélica Vieira, que se formou em psicologia e fez pós-graduação.

Formada em engenharia e com anos de experiência no setor de informática, Emília Parentoni foi tomada pelo desafio de lecionar. Começou com apenas uma turma aos finais de semana, mas a experiência deu tão certo que, após seis meses, ela foi convidada a assumir 13 turmas na instituição. A partir daí, não parou mais: “Gostei muito da vida acadêmica”, conta. Com duas pós-graduações no currículo, ela sentiu necessidade de cursar o mestrado e já prepara sua tese de doutorado. “Surgiu, no início, uma certa insegurança em relação ao conhecimento e a maneira de transmiti-lo. Havia muitos anos que eu não estudava. Existe a experiência, mas também conta a vivência dentro da escola, a linguagem apropriada para a sala de aula”, observa.

Novos mestres, novos alunos

Não foi somente o perfil dos professores que mudou. As configurações familiares também se transformaram, como explica a psicopedagoga Lucíola Ferraiolo. Segundo ela, as crianças, atualmente, necessitam de um apoio familiar sólido. No entanto, muitos pais procuram remediar isso com as atividades escolares. “As crianças, de um modo geral, são muito largadas. Não é querer culpar ninguém, porque os pais têm de trabalhar. Mas acaba que o referencial passa a ser quase que exclusivamente o professor”, revela.

Só que a demanda dos responsáveis por uma instituição que resolva as questões de seus filhos, que não podem ser contornadas por eles no dia-a-dia, esbarra na dificuldade, cada vez maior, dos professores de se afirmarem como autoridades dentro da sala de aula. E é este um dos grandes desafios da educação nos dias de hoje, uma vez que os conceitos de autoridade e autoritarismo estão bastante confusos – tanto para as crianças quanto para os pais. “Os pais modernos acham que ter diálogo com os filhos é tratar de igual para igual. As crianças perdem o parâmetro. A autoridade faz falta”, avalia Lucíola.

Se por um lado a omissão dos pais causa distorções na relação dos mestres com seus alunos, a intromissão excessiva dos responsáveis nas questões pedagógicas e acadêmicas também é motivo de dor de cabeça para os professores. “Antes, as mães eram donas de casa. Hoje em dia, elas têm formação, muitas até mestrado e doutorado. Todo mudo acha que pode dar palpite em educação e o que é uma coisa natural. Às vezes, os palpites procedem, mas na maioria das vezes não”, afirma Lucíola Ferraiolo.

Propostas atuais

Entretanto, a psicopedagoga observa que o professor não deve se colocar como dono da verdade dentro da sala de aula, numa postura já ultrapassada de detentor do saber. “Atualmente, o conhecimento está muito mais focado na pergunta do que na resposta. O professor deve ser aquele que costura as informações interessantes que o aluno traz. Tem de ser um mediador e o que permeia esta relação é a afetividade”, pondera Lucíola. Esta afetividade mencionada pela psicopedagoga também motiva professores de todos os níveis de ensino. Emília Parentoni, por exemplo, faz questão de manter uma relação de amizade com seus alunos. “Você não pode ser somente professor. Tem de ser um facilitador de idéias. Dentro de sala, você é soberano. Se você trata os alunos de uma forma digna, o retorno é imediato”, assegura ela.

Reclamações antigas

A remuneração da classe costuma ser uma questão bastante debatida. Muitos profissionais alegam ser pouco valorizados quando o assunto é salário. Apesar de concordar com as reivindicações dos colegas, Emília acredita que este tipo de insatisfação, hoje em dia, é comum em todas as profissões. “Você já viu alguém estar satisfeito com o salário que ganha? Eu tenho cinco fontes pagadoras, conta em quase todos os bancos. Tenho que trabalhar manhã, tarde e noite para ter dinheiro. Como um fator motivacional, reclamar pode ser positivo, nos faz procurar novas oportunidades”, avalia.

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